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Com a realização de nosso VIII Encontro Nacional, concluímos também nosso mandato como diretores da ANPOF. Cabe-nos, portanto, nesta ocasião, apresentar sucintamente os resultados mais significativos de nossa gestão, assim como algumas sugestões para reflexão coletiva acerca dos rumos futuros. Um de nossos permanentes propósitos foi manter um contato tão freqüente e próximo quanto possível entre a Diretoria e as Coordenações de Pós-Graduação. Por essa razão, nos empenhamos em garantir a distribuição regular dos boletins da ANPOF, divulgando informações acerca das atividades realizadas e eventos programados pelas Coordenações associadas. Como resultado dessa preocupação, providenciamos a abertura de uma página para a ANPOF na rede internacional de informática, cujos serviços deverão ser ampliados e otimizados, também por iniciativa dos(as) Colegas, de modo a facilitar o acesso e a circulação de informações sobre o trabalho nacional a nível de Pós-Graduação. Também no propósito de manter viva a comunicação e estimular as decisões participativas, intensificamos as consultas aos(às) Colegas Coordenadores(as) sempre que a Diretoria foi chamada a se pronunciar em nome da comunidade, como, por exemplo, por ocasião de indicações de nomes, eleições e eventos representativos. Em paralelo à participação interna, procuramos fortalecer nossos laços de colaboração e solidariedade com associações representativas de segmentos da comunidade científica, como a SBPC, assim como com grupos e sociedades de estudos especializados. Procuramos, de modo permanente, tomar parte ativa em todas as iniciativas que intermediamos (bem como naquelas para cuja implementação fomos chamados a colaborar) junto às agências de fomento ao ensino e à pesquisa. Cumpre-nos mencionar especialmente aqui o papel desempenhado pela Diretoria da ANPOF junto à CAPES e ao CNPq, como interlocutora necessária por ocasião da programação e execução de atividades e projetos concernentes à área de Filosofia. Contamos, no decorrer do inteiro período de nossa gestão, com o apoio decisivo e eficaz dos assessores eleitos para aquelas agências pela comunidade filosófica, particularmente durante os mandatos dos colegas Ivan Domingues, Ernildo Stein, Danilo Marcondes e Newton Bignnotto e da professora Scarlett Marton. No contexto dessa colaboração, e dando cumprimento à decisão tomada em assembléia da ANPOF, estivemos atuando junto ao CNPq, no sentido de viabilizar a implementação da demanda induzida para o doutorado pleno no exterior das áreas de filosofia antiga e medieval. De acordo com o que informamos oportunamente, essa iniciativa foi alterada de maneira substantiva, tanto em sua natureza quanto em seus propósitos, estando a exigir da comunidade sua reconsideração e redimensionamento. Não nos foi, infelizmente, possível publicar os anais da VII Reunião Anual, realizada em Águas de Lindóia em 1996. Conseguimos porém, com apoio do CNPq, instituir uma nova linha de publicações: a série Conferências da ANPOF. O primeiro volume, distribuído oportunamente aos programas, reuniu parte das conferências pronunciadas na reunião supra aludida. Idéias de Subjetividade na Filosofia Moderna e Contemporânea, tal é o título do volume, foi positivamente acolhido não apenas por filósofos, mas também por um amplo círculo de leitores interessados em filosofia e ciências humanas. Empenhamo-nos, outrossim, na preocupação desse nosso VIII Encontro, no sentido de que o mesmo pudesse se constituir num indicador efetivo e confiável, representativo do atual estágio de desenvolvimento e consolidação da produção acadêmica brasileira em filosofia, a nível de Pós-Graduação. Estamos plenamente cônscios de não termos feito tudo o que gostaríamos. É verdade que para tanto, contribuíram decisivamente as profundas e graves dificuldades conjunturais que nos oneram, a situação crítica das políticas públicas nas áreas de ciência e tecnologia. É certo, todavia, que nossas dificuldades foram consideravelmente potencializadas pela influência de fatores internos, que decorrem do próprio crescimento e consolidação do trabalho em nossa área acadêmica. Em decorrência desse processo, a ANPOF conquistou, no curso dos anos, dimensões e relevância institucional incompatíveis com a precariedade de sua infra-estrutura de organização. O considerável incremento em volume e apuração de qualidade da produção docente e discente em nossos programas; o prestígio científico dos grupos acadêmicos e sociedades de estudos vinculados à ANPOF, a importância de suas múltiplas parcerias culturais no Brasil e no exterior, tudo isso exige que nossa associação repense suas estruturas, redesenhe seu formato e em consonância com isso, amplie suas frentes de atuação. Estamos convictos de que, atualmente, a ANPOF adquiriu um grau suficiente de coesão e amadurecimento institucional que a capacita para enfrentar o desafio de ingressar num possível novo ciclo histórico de existência. Perguntamo-nos aqui se não teria chegado o momento de considerar seriamente a possibilidade de transformar a ANPOF em um núcleo efetivo de integração dos trabalhos desenvolvidos na área da Pós-Graduação em Filosofia no Brasil. Tal integração poderia se processar, ao menos numa de suas frentes, sobre a base do levantamento minucioso e da divulgação dos resultados da produção obtida nas diferentes linhas de pesquisa e áreas de concentração dos Programas. A atuação da ANPOF como núcleo de centralização e coordenação poderia contribuir para o estabelecimento de um patamar mínimo de dados sistematizados, que poderiam ser utilmente considerados na orientação e planejamento geral de atividades dos Programas, assim como para definir linhas de direcionamento para a demanda nacional por orientação de projetos de dissertação de mestrado e teses doutorais. A nós nos parece que a importância de nossa instituição e a magnitude das tarefas que lhe cabem exigem a superação dos estreitos limites, de nossa infra-estrutura organizacional. Tal precariedade compromete tanto o processo de formação das decisões quanto de implementação das iniciativas. Na certeza de que o fortalecimento da ANPOF é a meta comum que nos reúne, apresentamos à consideração dos(as) Colegas esta prestação geral de contas pela gestão sob nossa responsabilidade, assim como o presente conjunto de sugestões. Com a expressão de nosso profundo agradecimento pela confiança que nos foi creditada, subscrevemo-nos. A DIRETORIA |
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