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Recebemos as seguintes publicações: PUC-Campinas Phrónesis
Volume I, Número 3, Setembro/Dezembro 1998 Universidade de Feira de Santana - Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Filosofia Ideação
Feira de Santana, v.3, n.1, jan./jun. 1999
Resenha
Resumo de Tese Universidade Estadual de Londrina CRÍTICA - Revista de Filosofia
Volume 4, Número 13 - out./dez. 1988
Resenha UFRGS/UFRJ
Coleção
Diretores da Coleção:
Denis Rosenfiled (UFRGS) e Guido Antônio de Almeida (UFRJ) A noética aristotélica foi sempre vista como a defesa de uma natureza substancial do intelecto, a despeito do próprio Aristóteles ter concebido a alma humana como forma de um corpo, não podendo, portanto, existir separadamente. Neste ensaio, cujo núcleo é a tradução e o comentário dos célebres capítulos IV e V do terceiro livro do De Anima, o autor procura mostrar que Aristóteles não está preocupado, nestes capítulos, em sustentar que o intelecto é uma substância; ao contrário, em perfeita harmonia com seu programa hilemorfista, o intelecto é analisado como aquela parte pela qual a alma pensa e concebe, ou seja, é uma operação da função de conhecimento que, em conjunção com a operação da sensação, mas operando de modo distinto, é capaz de conhecer os objetos guiado por universais. Longe de ser um resquício do dualismo platônico, a doutrina aristotélica é um legado à filosofia do conceito e à teoria da verdade.
O autômato espiritual. A subjetividade moderna segundo a 'Ética' de Espinosa. A Ética não define o pensamento como consciência de si, nem se apresenta como a obra de um sujeito que investiga a possibilidade da verdade, mas instala-se de imediato do ponto de vista de Deus. Essas razões conduziram a grande maioria dos intérpretes a considerar que a doutrina que ela expõe recusa a noção moderna de subjetividade. A metáfora do "autômato espiritual", formulada no Tratado da Reforma do Entendimento, exprimiria, assim, uma concepção alternativa do espírito humano exatamente na medida em que dispensaria a noção de sujeito consciente de si; a felicidade prometida não poderia ser alcançada senão uma vez ultrapassada a ilusão da individualidade subjetiva. A autora pretende estabelecer não apenas que a teoria espinosista do conhecimento, na medida em que implica a noção de consciência de si, depende de uma teoria da subjetividade, como também que é possível reconstruir essa teoria a partir dos elementos da doutrina exposta na Ética, ainda que Espinosa não o tenha feito explicitamente. Se a filosofia deve começar por Deus, então o sujeito - a consciência de si - não pode, de fato, ser uma noção primitiva do sistema. Não obstante, ela será introduzida para explicar a existência de uma unidade pensante finita imersa na mudança. Dessa forma, a doutrina da Ética permite pensar a noção de subjetividade de maneira original, distinguindo-se radicalmente, então, da concepção cartesiana e moderna.
Verdade e Certeza em Espinosa Este livro examina as noções de verdade e certeza no pensamento de Espinosa, com o intuito de esclarecer a articulação interna do sistema conceitual que permite compreender, em toda sua amplidão e radicalidade, o sentido da célebre tese espinosista: "A verdade é norma de si mesma e da falsidade". Contra os intérpretes que sustentam que Espinosa adota exclusivamente uma teoria da verdade como correspondência e aqueles que sustentam que ele adota exclusivamente uma certa versão da teoria da verdade como coerência, o autor procura mostrar que a originalidade da reflexão espinosista consiste precisamente em recusar esta aparente oposição, afirmando a existência de uma relação indissolúvel entre esses dois aspectos complementares do conceito de verdade. À luz dessa posição original na teoria da verdade, o autor reavalia a questão da certeza, procurando mostrar que o racionalismo absoluto de Espinosa, longe de ser, como se crê tradicionalmente, o exemplo privilegiado de uma filosofia que suprime dogmaticamente a pertinência mesma dessa questão, envolve uma concepção perfeitamente coerente da autojustificação do valor objetivo do conhecimento racional, não sendo, assim, uma filosofia que repousa sobre um ato de fé cega no poder ilimitado da razão.
A nervura do real. Este livro se dedica a compreender a subversão de Espinosa. A tradição judaico-cristã crê na existência de um ser supremo transcendente que, por um ato de vontade, cria o mundo e os seres humanos como criaturas dotadas de livre-arbítrio para escolher entre o bem e o mal. Afirmando "Deus, ou seja, a Natureza", Espinosa subverte essa tradição milenar: demonstra que o ser absoluto é imanente ao universo e que todas as coisas são efeitos necessários de sua ação. Assim, o mundo não provém da escolha voluntária de um criador, mas flui necessariamente da essência infinita do absoluto e todos os seres, incluindo os humanos, seguem a ordem necessária da Natureza. Inúmeras interpretações da obra espinosana julgam que nela a existência de seres individuais com vida própria é impossível, já que todas as coisas são apenas modificações de um único ser e imanentes a ele. Julgam também impossível a liberdade humana, visto que Espinosa afirma a necessidade plena da ordem e das leis naturais das quais nada e ninguém escapa. Opondo-se a elas, o livro de Marilena Chaui mostra que a imanência de Deus à Natureza não abole, mas, ao contrário, é a condição necessária da existência efetiva dos seres individuais e de sua verdadeira liberdade.
COLEÇÃO CLE
O estatuto das entidades metapsicológicas à luz da teoria kantiana das idéias Esta tese focaliza o estatuto cognitivo dos conceitos metapsicoló-gicos, especialmente os conceitos energéticos, segundo a teoria kantiana das idéias. O propósito geral deste trabalho é abordar a questão da justifi-cação dos conceitos metapsicológicos através da concepção heurística de pesquisa empírica. Procura-se mostrar, através dos textos freudianos, que a interpretação da metapsicologia como teoria explicativo-causal pararece ser equivocada. O reconhecimento de Freud da incognoscibilidade do in-consciente implica que as suas representações metapsicológicas não podem ser objetivamente justificadas. Ao afirmar que as hipóteses relativas à es-trutura e funcionamento do aparelho psíquico (as representações metapsi-cológicas) são aproximações por meio de analogias da realidade incognos-cível, Freud se desobriga de qualquer compromisso ontológico com as en-tidades que postula. Por conseguinte, o mero uso da terminologia fisica-lista não implica, em Freud, na afirmação da existência absoluta dos refe-rentes lingüísticos. Os conceitos metapsicológicos devem, portanto, ser considerados apenas convenções necessárias. Procura-se mostrar, também, como os conceitos metapsicológicos adquirem conteúdo intuitivo por meio do procedimento do esquematismo analógico e que, por meio de re-gras mentalistas de reflexão, convenciona-se o significado específico dos símbolos energéticos empregados na teoria para representar os processos psíquicos inconscientes, incognoscíveis. Aquisições podem ser feitas por meio de cheque nominal à Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (FUNCAMP), no valor respectivo, e enviado para
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência Para detalhes, mailto: daniel@cle.unicamp.br
COLEÇÃO CLE
O empirismo construtivo: uma reformulação e defesa Neste trabalho, o autor apresenta uma reformulação e defesa do empirismo construtivo. Trata-se de uma alternativa proposta por Bas van Frassen às concepções realistas da ciência, construída de modo a mostrar a viabilidade do empirismo, desde que liberto das amarrras lingüísticas que o positivismo lógico lhe conferiu. Para tanto, adotando a teoria da ciência de José Chiappin, Bueno discute como o empirismo construtivo pode considerar quatro problemas básicos: (1) o problema da estrutura das teorias científicas, (2) da relação entre teoria e evidência, (3) da dinâmica do conhecimento científico, e (4) do estatuto cognitivo da ciência. Sua estratégia consiste inicialmente em apresentar os principais componentes da proposta de Van Frassen, em particular, o modo como este emprega a abordagem semântica para examinar o problema da estrutura das teorias científicas. A seguir, empregando os conceitos de estrutura parcial e verdade pragmática (ou quase-verdade), desenvolvidos por Newton da Costa e Steven French, Bueno formula novas estratégias para estender e reforçar a posição empirista construtiva, examinando sob nova ótica os problemas da adequação empírica e da mudança científica. Além de responder a possíveis objeções à posição empirista quanto ao estatuto cognitivo, ele sugere ainda possíveis desdobramentos em direção a uma concepção empirista construtiva da matemática. O resultado obtido, uma nova versão do empirismo construtivo, é denominado empirismo estrutural. Aquisições podem ser feitas por meio de cheque nominal à Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (FUNCAMP), no valor respectivo, e enviado para
Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência
Para detalhes, mailto: daniel@cle.unicamp.br
Sociologia comteana: gênese e devir Sociologia comteana: gênese e devir de Lelita Oliveira Benoit pode ser considerado uma contribuição à luta contra o atual domínio do pensamento conservador, fundado na rejeição permanente da mudança social, em nome da modernização capitalista. Temos aqui um trabalho de reflexão política que, sem fazer profissão de fé explícita, volta-se, com verve, contra a ideologia "da ordem permanente", cuja matriz pode ser localizada na obra de Auguste Comte. Lelita Oliveira Benoit realizou uma proeza nada desprezível: conseguir transformar o tom enfático, o estilo rebarbativo e o árido espírito de sistema de Comte, numa leitura agradável. Mas além desta qualidade rara em estudos de natureza teórico-filosófica, o leitor tem em mãos uma obra em que o rigor aca-dê-mico não é pretexto para ausência do ponto de vista crítico, que torna tantas vezes insossos e anódinos os estudos de história da filosofia: o arcabouço conceitual do pensamento comteano vai sendo pacientemente desmontado pela Autora que mos-tra, assim, o necessário reverso ideológico do pretenso rigor espistemológico desse pensamento. Vemos surgir então, da cena pós-revolucionária do século XIX e do interior da obra de Auguste Comte, a "física social" ou Sociologia, a nova ciência das "leis invariáveis" da vida social a que os homens deveriam adaptar-se, para que a revolução, geradora de desordem e anarquia, fosse esconjurada para sempre. Tal ímpeto crítico, neste fim de século contra-revolucionário, é sem dúvida uma das grandes qualidades deste livro apaixonante, que envolve do começo ao fim. Além disso, quer pela abrangência dos temas tratados (política, epis-te-mo-logia, filosofia das ciências, sociologia, filosofia política), quer pela vivacidade do es-tilo, é uma publicação que tem tudo para despertar o interesse de um público amplo, para além dos muros da universidade.
O tirano e a cidade É natural supor que a figura do tirano e a democracia são inconciliáveis. Entretanto, seu aparecimento remonta à época arcaica, no momento em que os gregos experimentavam novas formas de governar e viver em sociedade. O tirano, nesse sentido, é filho do mesmo movimento que criou a democracia, tendo-se constituído com o passar dos tempos em seu oposto simétrico. Newton Bignotto, nesse livro, dedica-se à seguir o desenvolvimento dessa figura extrema da vida política em alguns momentos essenciais da cultura grega, marcados pela descoberta da liberdade e da democracia, buscando desvelar o segredo da relação da cidade com seu negativo Partindo da descoberta do tirano, Bignotto revela o papel que esse personagem efetivamente teve na criação de um discurso e de uma prática nova da política. Como, ocupando o lugar do que deveria ser interdito, ele contribui para a construção de uma teoria consistente sobre a liberdade. Parte significativa desse estudo se concentra na análise das obras de Aristóteles, Platão e Xenofonte, pois foi nelas que veio à luz toda a complexidade dos regimes baseados na força, assim como as perversões e o poder de sedução do governante solitário As análises de Newton Bignotto são essenciais para que se possa compreender alguns aspectos do fascínio que a tirania exerce até hoje em atores determinantes de nossas vidas em comum. Jornal de Resenhas A Discurso Editorial produz e administra o Jornal de Resenhas, publicado mensalmente na Folha de São Paulo desde 03/04/95. Apoio USP, UNESP, Folha de São Paulo e Ministério da Cultura.
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